sexta-feira, 8 de maio de 2020

Consciencia de ser velho


O ser humano, no seu percurso de vida desde o seu nascimento até á inevitável morte, passa por vários estádios.
Todos eles têm as suas formas próprias, variando, necessariamente com diversos factores de ordem social e que, em função disso, caracterizarão a qualidade de todo o percurso da própria vida.
Uma das fases que mais nos obriga a reflexões é sem dúvida a chamada terceira idade.
Por razões óbvias, a partir de determinada altura da vida, muitos  dos seres humanos poderão usufruir de mais tempo livre para, por assim dizer, viverem o que lhes resta da vida de uma forma calma e sem a necessidade imperiosa de continuação do que, anteriormente, foi uma vida de trabalho, com todas as preocupações daí resultantes.
Admitindo que a degradação física e mental se fará lenta, poder-se-á pensar que a compensação por uma vida inteira de canseira, poderá ser recompensada nesta fase da vida. No entanto e por mais que a ciência vá aumentando a chamada esperança de vida, inevitavelmente chegará o dia da partida.
A questão que se poderá colocar nesta fase, tem a ver com a consciência de cada um de nós em admitir a velhice com todas as suas contrariedades.
Assim sendo e com alguns exemplos que se nos têm deparado ao longo dos tempos, assistimos a pessoas com longos anos de vida e, no entanto, com uma actividade invejável, como se a idade tivesse parado para eles, (Fernando Pessa , Manuel de Oliveira, etc.).
Porém, a doença e por vezes as condições degradantes de vida de muitos, faz-nos pensar se ter consciência dessa mesma  vida será ou não uma vantagem.
Muitas vezes a demência, que notoriamente provoca mau estar a quem os rodeia, será porventura uma forma de que  a natureza se muniu para atenuar o sofrimento desses seres e, dessa forma, “amenizar”  o próprio sofrimento.